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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Alberto Mendes Júnior: o tenente que Lamarca matou


No dia 24 de janeiro de 2012, Alberto Mendes Júnior poderia completar 65 anos de idade, caso não fosse assassinado em 1970 por Lamarca e seu grupo em ação covarde que jamais pode ser esquecida ou ignorada. Por isso, publico o texto que segue com um relato objetivo da história daquele que é considerado o herói da Polícia Militar, "o tenente que Lamarca matou". Nossa reverência à ele, que morreu jovem, mas viverá eternamente. Não é por pouco que sua foto recebe lugar de destaque nos quartéis da Polícia Militar (a Força Pública paulista) desde o episódio. Vamos divulgar, compartilhem.... talvez algum leitor que apenas ouviu falar de Lamarca, passe a conhecer o verdadeiro herói: o jovem Alberto Mendes Júnior, Aspirante de 1969, que morreu defendendo seus comandados.

"ALBERTO MENDES JÚNIOR nasceu aos 24 de janeiro de 1947, na cidade de São Paulo e era filho de Alberto Mendes e Dona Angelina Plácido Mendes. Desde cedo o garoto Alberto manifestava o seu desejo de ingressar na Força Pública de São Paulo, da qual, pela voz de seus tios, só bem ouvia falar, fazendo crescer em tamanho e idade aquele ideal em sua mente. O convívio sadio da família plasmou-lhe o caráter firme e a excelente formação moral. Filho extremoso, só deu aos seus pais alegrias e satisfação. Manteve sempre apego à família, "Célula Mater" de toda uma Nação.
Ao terminar o ginásio, pôde realizar o sonho de criança. Em 15 de fevereiro de 1965 foi alistado nas fileiras da Força Pública, por haver sido aprovado em todos os exames e conseguindo classificar-se no concurso para ingresso no Curso Preparatório de Formação de Oficiais. Quatro anos e dois meses após, concluído o Curso de Formação de Oficiais, e, em 21 de abril de 1969 (por coincidência, dia e mês da morte de Tiradentes), foi declarado Aspirante a Oficial, possuindo 22 anos de idade. Em 02 de julho de 1969, foi apresentado ao 15º BP, lá classificado por efeito de promoção. Em 15 de novembro de 1969 foi promovido por merecimento intelectual ao posto de 2º Tenente, permanecendo naquela Unidade. Em 06 de fevereiro de 1970, foi apresentado ao 1º BP "TOBIAS DE AGUIAR", uma vez ter sido transferido por conveniência do serviço, através de publicação inserta no Boletim Geral Nº 25, de 25 de fevereiro de 1970.
Logo quando da sua chegada, já se entrosou perfeitamente ao convívio de seus novos companheiros. De espírito jovial e alegre captou desde o começo a amizade de todos aqueles com que teve a oportunidade de privar. Era o alegre "PORTUGUÊS", como era chamado por seus colegas, sempre sorridente, dedicava-se com denodo esforço ao serviço, desempenhando sempre com galhardia as missões que lhe eram confiadas.
Em fins de abril de 1970 era descoberto um foco de terroristas no Litoral Sul. Tropas do Exército Brasileiro, da Força Aérea, Marinha e Polícia Militar do Estado de São Paulo, deslocaram-se para aquela região. Foi o 1º BP "TOBIAS DE AGUIAR" designado pelo Comando Geral da Polícia Militar, para prestar apoio à Tropa da Companhia Independente com sede na Cidade de Registro. Para lá seguiu o Tenente MENDES no comando de um pelotão, juntamente a outro efetivo comandado por outro Oficial, todos sob comando do Capitão Carlos de Carvalho.
Após uma semana naquela cidade, recebeu o Capitão ordens para regressar com um dos pelotões para São Paulo, deixando em Registro apenas um, comandado por um dos Oficiais. Não houve escolha, pois o Tenente MENDES apresentou-se e solicitou para que permanecesse, demonstrando mais uma vez sua dedicação ao serviço. Na noite de 08 de maio de 1970, aproximadamente às 21h, os terroristas atacaram de surpresa um dos postos da Guarda que era feita por homens pertencentes ao pelotão, localizado próximo a Sete Barras.
Tomando conhecimento do fato, o Oficial dirigiu-se ao local para prestar socorros aos seus comandados, porém, mal sabia que caminhava para uma emboscada que havia sido preparada pelos terroristas. Prendendo oito (08) integrantes do pelotão, eles aguardavam a sua chegada. Emboscado, com inferioridade em homens e armas, estando cercado por todos os lados, foi atirado aquele jovem num dilema: ou cessavam o fogo, ou entregava-se sozinho, ou morreriam todos.
Evitando o sacrifício dos seus comandados, falou mais alto o espírito de herói; entregava-se o Oficial para salvar a vida de seus comandados, porque era um líder; entregava-se por que era perfeito chefe cônscio de suas responsabilidades. Depois de morto em maio, seu corpo foi apenas encontrado em 09 de setembro do mesmo ano, através de longas buscas levadas a efeito por indicações de um dos próprios terroristas preso. Comprovou-se que ele foi morto a coronhadas, de forma covarde.
Foi velado na sede do Batalhão "TOBIAS DE AGUIAR", seguindo seu enterro para o Cemitério do Araça, onde calculou-se o acompanhamento de aproximadamente 100 (cem) mil pessoas, entre militares, comerciantes e industriais, conforme noticiado nos jornais da época. Foi promovido a Capitão “pos morte” em razão do seu ato de bravura".

Para complementação de informações, segue link de artigo de Modesto Spachesi, disponível em http://www.aggio.jor.br/jornal23/mendes_jr.htm

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